quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Das histórias...

Por que contamos histórias?
O que nos move a dar voz e vez ao verbo?
Talvez, anterior à vontade de nos traduzirmos em palavras, venha o desejo de estarmos próximos. De nos descobrirmos semelhantes.
Sim, as palavras, quando narram nossas experiências, vividas ou não, os sonhos, as tragédias, os risos e tantas outras emoções, revelam nossa humanidade.
Por elas, sentimos que não estamos sozinhos. De certa forma, fazemos parte de uma grande epopéia, na qual todos somos personagens e, embora nos acreditemos e desejemos ser heróis, na maioria das vezes, nossas vidas são bastante previsíveis. E nem por isso, deixam de carregar o germe da aventura.
Uma verdadeira contradição.
Os relatos dos acontecimentos que vivemos nem sempre correspondem aos fatos. Ao narrarmos, somos narrados. Somos construídos a partir da palavra. Com ela, tecemos o mundo que vivemos. E o que é esse mundo senão o produto do que pensamos e sentimos?
Para mim, o que os contadores de história fazem é "suspender a descrença" durante o tempo da narrativa para a palavra seja Senhora do mundo. Pouco importa a veracidade da aventura.
Jamais poderíamos atravessar o São Francisco sendo "pescados" por um pirarucu, como nos conta João Grilo. Nem tampouco existe ou existiu uma bruxa com um olho que nos mostra como iremos morrer, como narra Edward Bloom.
Quanto mais mirabolante, melhor pois, é para isso que as histórias existem: para que possamos trazer à tona mundos, experiências e tempos que, de outra forma, não poderiam ser criados.
Por isso, só quem vê o impossível pode estar aberto à experiência de contar.
E para quem se lança nesse desafio, há um universo à espera de olhos ansiosos, corações abertos e ouvidos ansiosos pela vida que está atrás das palavras.
Compartilhe! Conte sua história! Bem vindo ào blog CONTADORES DE HISTÓRIAS!
Sente na roda e boa viagem!



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